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Para Enrique Páez, contar histórias ou escrever histórias demanda algo muito parecido: que você tenha uma boa história para contar. E como ele sabe disto? Talvez por ser da Espanha, terra do Dom Quixote? Por ser um dos diretores da Rede Internacional de Cuentacuentos (RIC) e marido da contadora de histórias Beatriz Montero? Por ser um especialista em literatura, que já ministrou centenas de oficinas ensinando técnicas narrativas? Talvez, ele apenas leia muito? Ou tudo isto? Enrique Páez esteve no Brasil lançando “Me Chamo Suzana, e você” e nós conversamos com ele aqui:
Aletria: "Me chamo Suzana, e você?" é um livro sobre um jovem com um nome estranho. Mas o seu próprio nome, Enrique, não tem nada de estranho. De onde surgiu a inspiração para tal história?
Enrique Páez: A história surgiu de uma pequena história sobre nomes masculinos e femininos, mas na verdade, esconde o mundo de diferenças que uma criança pode encontrar quando se encontram nas escolas ou na vizinhança. Existem alguns poucos nomes que podem ser usados em ambos os sexos, mas o grande fluxo migratório atual tem trazido nomes de outras culturas que são bem diferentes dos nossos. Crianças são muito sensíveis às diferenças, e algumas vezes são ridicularizadas pelos seus iguais, e noutras vezes são elas mesmas que cometem as injurias.
Aletria: Algumas vezes um escritor enfrenta um problema que é ter uma boa idéia sobre um assunto, mas é algo tão comum, constantemente mencionado pela mídia. É o caso do “bullying”. Ainda assim, Suzana é um jovem que sobre bullying, até mesmo no momento que encontra Suzana, a garota. Qual é a importância do humor para um escritor quando lidando com temas sensíveis?
Enrique Páez: O humor é fundamental na literatura infantil. É um dos meios usados para apresentar o incentivo da leitura. E assuntos sensíveis como bullying, devem ser vistos também de um ponto de vista cômico, não somente trágico. Os livros para crianças devem encorajar a leitura primeiro, e depois disto, reflexão, pois não será possível qualquer reflexão futura sem leitura.
Aletria: Você está no centro de um furacão: promovendo a tradição oral, a tradição literária e também vivendo intensamente a nascente tradição digital. Qual é a liga que une todos os seus projetos? Como ela funciona?
Enrique Páez: Na verdade, somos todos nós, pessoas multifuncionais, pois o século XXI demanda de todos nós a habilidade com computadores, gerenciamento de contas no Facebook, Twitter, e-mail ou Internet, com linguagens diferentes cada vez mais misturadas, e ao mesmo tempo temos de manter os menos talentos antigos como a comunicação oral, lidar com as pessoas diretamente, e ler. Hoje, sem saber, estamos retornando ao modelo multifacetado de ser humano defendido por Leonardo Da Vinci.
Aletria: Na Espanha, você trabalha com a formação de leitores e escritores e é uma das mais antigas tradições literárias do ocidentes, especialmente quando comparada com os países sul-americanos. Ainda assim, não parece que as dificuldades de incentivo à leitura não são exclusividades nossa. Aqui, o maior culpado é a educação. Qual é o problema na Espanha?
Enrique Páez: Os problemas de promoção de leitura e escrita são incrivelmente similares tanto na velha Europa quanto na nova América. E há muito a dizer sobre como abordar ou solucionar isto. Sim, tudo passa pela educação, mas educação não algo que deve ser entendido como restrito às escolas, mas também ligado às famílias, a mídia, oralidade e planos de governos. Sem educação e sem cultura, não há futuro.
Aletria: No ultimo ano, você visitou o Brasil. Um ano depois, retornou. O que mais sentiu sentiu falta do Brasil?
Enrique Páez: Brasil pareceu para mim antes, e agora, surpreendente de tantas maneiras diferentes. Se tivesse de escolher algo, diria como o poeta brasileiro Oswald de Andrade no Manifesto Antropofágico: “Antes dos Portugueses terem descoberto o Brasil, o Brasil descobriu a felicidade.”
Para Enrique Páez, contar histórias ou escrever histórias demanda algo muito parecido: que você tenha uma boa história para contar. E como ele sabe disto? Talvez por ser da Espanha, terra do Dom Quixote? Por ser um dos diretores da Rede Internacional de Cuentacuentos (RIC) e marido da contadora de histórias Beatriz Montero? Por ser um especialista em literatura, que já ministrou centenas de oficinas ensinando técnicas narrativas? Talvez, ele apenas leia muito? Ou tudo isto? Enrique Páez esteve no Brasil lançando “Me Chamo Suzana, e você” e nós conversamos com ele aqui:
Aletria: "Me chamo Suzana, e você?" é um livro sobre um jovem com um nome estranho. Mas o seu próprio nome, Enrique, não tem nada de estranho. De onde surgiu a inspiração para tal história?
Enrique Páez: A história surgiu de uma pequena história sobre nomes masculinos e femininos, mas na verdade, esconde o mundo de diferenças que uma criança pode encontrar quando se encontram nas escolas ou na vizinhança. Existem alguns poucos nomes que podem ser usados em ambos os sexos, mas o grande fluxo migratório atual tem trazido nomes de outras culturas que são bem diferentes dos nossos. Crianças são muito sensíveis às diferenças, e algumas vezes são ridicularizadas pelos seus iguais, e noutras vezes são elas mesmas que cometem as injurias.
Aletria: Algumas vezes um escritor enfrenta um problema que é ter uma boa idéia sobre um assunto, mas é algo tão comum, constantemente mencionado pela mídia. É o caso do “bullying”. Ainda assim, Suzana é um jovem que sobre bullying, até mesmo no momento que encontra Suzana, a garota. Qual é a importância do humor para um escritor quando lidando com temas sensíveis?
Enrique Páez: O humor é fundamental na literatura infantil. É um dos meios usados para apresentar o incentivo da leitura. E assuntos sensíveis como bullying, devem ser vistos também de um ponto de vista cômico, não somente trágico. Os livros para crianças devem encorajar a leitura primeiro, e depois disto, reflexão, pois não será possível qualquer reflexão futura sem leitura.
Aletria: Você está no centro de um furacão: promovendo a tradição oral, a tradição literária e também vivendo intensamente a nascente tradição digital. Qual é a liga que une todos os seus projetos? Como ela funciona?
Enrique Páez: Na verdade, somos todos nós, pessoas multifuncionais, pois o século XXI demanda de todos nós a habilidade com computadores, gerenciamento de contas no Facebook, Twitter, e-mail ou Internet, com linguagens diferentes cada vez mais misturadas, e ao mesmo tempo temos de manter os menos talentos antigos como a comunicação oral, lidar com as pessoas diretamente, e ler. Hoje, sem saber, estamos retornando ao modelo multifacetado de ser humano defendido por Leonardo Da Vinci.
Aletria: Na Espanha, você trabalha com a formação de leitores e escritores e é uma das mais antigas tradições literárias do ocidentes, especialmente quando comparada com os países sul-americanos. Ainda assim, não parece que as dificuldades de incentivo à leitura não são exclusividades nossa. Aqui, o maior culpado é a educação. Qual é o problema na Espanha?
Enrique Páez: Os problemas de promoção de leitura e escrita são incrivelmente similares tanto na velha Europa quanto na nova América. E há muito a dizer sobre como abordar ou solucionar isto. Sim, tudo passa pela educação, mas educação não algo que deve ser entendido como restrito às escolas, mas também ligado às famílias, a mídia, oralidade e planos de governos. Sem educação e sem cultura, não há futuro.
Aletria: No ultimo ano, você visitou o Brasil. Um ano depois, retornou. O que mais sentiu sentiu falta do Brasil?
Enrique Páez: Brasil pareceu para mim antes, e agora, surpreendente de tantas maneiras diferentes. Se tivesse de escolher algo, diria como o poeta brasileiro Oswald de Andrade no Manifesto Antropofágico: “Antes dos Portugueses terem descoberto o Brasil, o Brasil descobriu a felicidade.”
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